sexta-feira, 22 de junho de 2012

Troca-se sexo por outra coisa qualquer.

Num daqueles filmes de que não esperamos surpresas, nem necessidade de grande elaboração contemplativa, somos confrontados com uma verdade que pode parecer evidente apesar de nos fugir, teimosa, por entre os dedos.
Numa cena, em que um casal lava na discussão as ilusões de uma fidelidade furada, ela apresenta no argumento da necessidade – ou ausência dela – a justificação para uma vida feita de um só corpo na cama:
- Mas nós tínhamos sexo uma vez por semana.
Ao que ele atira:
- Mas não são as vezes que fazemos que importam, mas sim a forma como o fazemos.
Nesta vida urbana, não escapa – mesmo a um rapaz do campo – que em determinado momento, muitos de nós trocamos sexo por afetos. As escolhas que fazemos, são muitas das vezes legitimadas por justificações encontradas na vontade que temos em desculpar o nosso desconforto.
Até eu, que vim do campo, já percebi que os afetos se constroem, mas insistimos em pensar que se conquistam.
E neste contexto, o sexo não passa disso mesmo… uma necessidade a que sucumbimos, seja porque desistimos de ver o quadro todo, seja porque queremos pertencer discretamente a um quadro que os outros observam.
No final da cena, no dia seguinte, os personagens tomam o pequeno-almoço juntos.
Terá ficado tudo bem?
Ou simplesmente desistiram?

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